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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Ex-prefeito é condenado a 4 anos de prisão por tentar corromper vereadores

A Justiça de Nova Xavantina condenou a prisão o ex-prefeito Esdras Fernandes Rodrigues, denunciado por corrupção ativa, que consiste em oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público. A pena foi de  quatro anos e oito meses de reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado. A ação havia sido proposta pelo Ministério Público em 1999. Com ele, foram denunciados também Jales França e Eurípedes Luiz de Souza, em 1999.

Jales e Eurípedes, a mando de Esdras Fernandes, no primeiro semestre do ano de 1999, prometeram vantagem indevida a vereadores para evitar uma cassação. Eurípedes ocupava cargo de secretario e Jales era um correligionário próximo

Na época dos fatos, foi instaurada uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara Municipal, para apurar graves denúncias contra o então prefeito.  Na iminência de ser cassado, dias antes da votação final, Esdras teria determinado que Jales e Eurípedes, procurassem alguns vereadores e lhes oferecessem dinheiro e cargos na administração pública em troca de votarem contra sua cassação.

Dos 11 vereadores, nove votaram pela cassação, um contra e um votou em branco, pondo fim ao foro privilegiado que ele gozava a época. O então prefeito havia sido  afastado por 180 dias na época e retornou pela via judicial. Logo após, teve a sua prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça por envolvimento direto no assassinato de José Frederico Fernandes, que era prefeito da cidade. Esdras era seu vice. O crime foi atribuído a um triângulo amoroso e  a luta  pelo poder.

Frederico foi executado na porta da casa na chácara onde morava. Ele foi atingido por 15 tiros de revólver e três disparos de escopeta. Frederico era casado mas vivia maritalmente com a mulher de  Esdras Fernandes, Márcia Fernandes. Esse fato levou a polícia a suspeitar de Esdras e investigações acabaram por indiciá-lo como mandante do crime.

Na esfera política, Esdras e um grupo de assessores, porém,  não se deram por vencidos: chegaram a  falsificar a assinatura do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, numa liminar favorável ao seu retorno à Prefeitura de Nova Xavantina. Complicava-se ainda mais sua situação.

Posteriromente, o então prefeito foi  condenado pela Justiça de Mato Grosso a 12 anos de prisão. Em junho do ano passado ele foi preso em Mara Rosa (GO) – 365 km de Goiânia. Ele estava foragido desde 2006.

O caso de Esdras, para registro histórico, ainda teve um fato curioso: o vice-presidente regional do PPS na época, Humberto Bosaipo, declarou apoio ao prefeito de Nova Xavantina para a revogação de sua prisão. Bosaipo disse disse na época que ia levar para o diretório do partido as discussões em torno da possível pré-candidatura à reeleição de Esdras Fernandes nas eleições municipais de Nova Xavantina naquele ano. “Não sou de deixar os companheiros na estrada” – disse. Depois de deixar a AL para ser conselheiro do Tribunal de Contas, Bosaipo perdeu o cargo por acumulo de salários.
 
Fonte: Inácio Roberto Luft   

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